A Manipulação Da Linguagem
Em teu livro LTI: A linguagem do Terceiro Reich, o filólogo e historiador Victor Klemperer, analisou a relevância que tiveram as expressões pela hora de instituir o nazismo pela comunidade alemã. Em teu texto fornece incalculáveis exemplos que afirmam como a possibilidade de umas expressões ou frases e tua contínua repetição tornou-se uma das principais técnicas de manipulação pela época.
A LTI (Lingua Tercii Imperii) envenenou as mentes convertendo-se gradualmente ideias que o imaginário coletivo considerava repulsivos em conceitos aceitáveis. Um exemplo é a conotação positiva que foi ganhando a expressão fanatismo. Antes da chegada de Hitler ao poder, o vocábulo é usado pejorativamente. Entretanto, os nazistas conseguiram fazer com que o fanatismo acabará tornando positivo quando utilizado em expressões que sugerem ousadia e compromisso. O exercício da língua como arma de manipulação é, provavelmente, tão velho quanto o ser humano. E hoje, devido ao choque mediático que é necessário pra conservar o poder, é uma estratégia imprescindível.
- Nível de dificuldade:Iniciante-Intermediário
- Stenotomum, distribuída só no Peru e pela Bolívia
- 2005: segunda-feira a sexta-feira, 17:55 às 20:00 (Versão Clã Vermelho verão 18:10 às 19:20)
- cinquenta e cinco kg (121 lbs)
- Com pesos menores de dois quilos é mais do que suficiente para fazer uma tabela de exercícios
- Dicas para evitar a síndrome do olho seco
Não é só o domínio da política. Nos domínios intelectuais, tendo como exemplo, utiliza-se muito o que Cantinflas denominava “inflação palabraria”, quer dizer, a linguagem pomposo como forma de manter o status. O físico Alan Sokal idealizou há em 1996, um experimento de campo para demonstrar o efeito persuasor deste tipo de léxico absurdo.
Escreveu um post para a revista norte-americana Social Test com um título memorável, que passou à história de pedantismo: Transgredindo as fronteiras: em direção a uma hermenêutica transformativa da gravitação quântica. Apesar de que se tratava de um pastiche sem sentido qualquer, cópia e colagem de textos que tratam de diferentes assuntos, o artigo passou a crivo do Comitê de Seleção. Recebeu opiniões muito elogiosas dos leitores, que louvavam, entre outras coisas, a tua compreensão de expressão”. Não é esquisito que existam tantos domínios sociais em que a forma de mostrar, seja destinado à manipulação.
Desde menores, estamos condicionados pra dominar o mundo pelo léxico que nossos pais nos impõem. E em segundo espaço impondo a forma de mostrar sobre isto aqueles assuntos que são tabu: a linguagem adequada para nomear o universo.
A partir dessa hipótese, são diversos os pesquisadores que identificaram como afeta essa gíria familiar adquirida pela saúde mental das pessoas. Um modelo: nas famílias de jovens que sofrem de transtornos de alimentação (anorexia, bulimia, etc.) localiza-se uma superior propensão pra nomear a obesidade com nome degradantes e juntar a magreza com adjetivos positivos. Nas famílias anoréxicas se qualifica como “sebosas” as pessoas que passam um quilo do peso médio e como “finas” que estão escuálidas. A família, o mundo intelectual e a política são somente três exemplos do dia a dia em que a linguagem é usada como arma de manipulação. Um Esconde os fatos trata-Se de uma gíria em que a realidade desaparece.
Às vezes, o efeito é conseguido utilizando técnicismos que exercem desaparecer o feito em si: os exércitos e os grupos terroristas, tendo como exemplo, costumam chamar de “baixas colaterais” os assassinatos de inofensivos que cometem. Em novas ocasiões, recorrendo a variações que levam as palavras polêmicas a lugares onde mal se percebem. Um exemplo clássico é a credibilidade de colocar pela frente o vendável e pra trás o que desejamos encobrir.
O sabemos desde moças: temos mais chances de sucesso se lhe perguntamos para os nossos pais ” Posso entender quando como doces? “, se pergunta é: “Posso ingerir doces, durante o tempo que estudo? “. E continua a funcionar: “no referendo de 1986 para a permanência de Portugal na OTAN, o governo jogou com a estratégia de “bem pela frente”, conseguindo dar uma reviravolta na avaliação pública.
